11/30/2006

Música da Semana (6)

Caralho, isso é muito foda:

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Digging In The Dirt - Peter Gabriel


Something in me, dark and sticky
All the time it's getting strong
No way of dealing with this feeling
Can't go on like this too long

{Chorus:}
This time you've gone too far [x3]
I told you [x4]
This time you've gone too far [x3]
I told you [x4]

Don't talk back
Just drive the car
Shut your mouth
I know what you are
Don't say nothing
Keep your hands on the wheel
Don't turn around
This is for real
Digging in the dirt
Stay with me, I need support
I'm digging in the dirt
To find the places I got hurt
Open up the places I got hurt

The more I look, the more I find
As I close on in, I get so blind
I feel it in my head, I feel it in my toes
I feel it in my sex, that's the place it goes

[Chorus]

I'm digging in the dirt
Stay with me I need support
I'm digging in the dirt
To find the places I got hurt
To open up the places I got hurt

Digging in the dirt
To find the places we got hurt
[x7]

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É apenas eu, ou alguém mais escuta a mesma música trocentas vezes depois que a descobre?

11/29/2006

Rapidinhas (- qualquer coisa)


- Essa foto é genial! hahahahahaha! Uma das últimas cenas da (morna) primeira metade da segunda temporada de Prison Break. E temos a frase da semana: "You wanna take the bitch down?". Ainda bem que volta daqui a dois meses, e não quatro, como era o plano original.

- A Rafaela escreveu um texto bem legal explicando porque devemos aceitar a nova faceta bitch de Veronica. Mas eu ainda não engulo. Tanto que as duas cenas mais legais da fall finale foram protagonizada por Logan. Ele terminando o namoro com Veronica e a sequência final, na cadeia. A resolução do mistério foi tensa, mas ainda sim inferior a das temporadas passadas (sorry, Fer, mas a cena do telhado é tudo de bom). O cliffhnager para o arco seguinte é instigante, vamos ver o que temos pra janeiro. E Rob Thomas, que tal dar mais atenção para seus personagens coadjuvantes a partir de agora? Weevil e Mac apareceram em quantos episódios? Três?

- A promo do próximo episódio de Heroes diz: "A Hero wil be Lost". Poderia SER mais original?

- Pegando o gancho do comentário de cima:



Porque existe vida depois de Friends.

11/28/2006

Só pensando...

Tracy Morgan arrested for drunk driving




Se fosse Lost, ele tava f@#ido.

11/26/2006

...


É um lançamento tão especial que eu nem me importo de terem expremido 6 discos em duas amarrays.

Pensando bem, me importo sim. Universal: vai tomar no c#.

11/24/2006

Questionário do Estadão

Calma, pessoal. Estou muito ocupado. É prova, é trabalho, é aula particular. Aos poucos vou retomando.

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Em mais uma ato de puro descaramento, roubo uma idéia do Blog da Fer e respondo esse questionário sobre cinema.



01. Qual filme você mais revê?

Beleza Americana, mas foram umas duas ou três vezes, no máximo.


02. E que filme revisto ficou melhor?

Só pra citar um bem "nadaver": Missão: Impossível 3.


03. Cite um filme surpreendente, pelo qual você não dava nada.

Brick (A Ponta de Um Crime no Brasil), segundo melhor do ano até agora.


04. Qual filme revolucionou sua maneira de ver o mundo?

Ih, nem sei. Se for filme que revolucionou minha maneira de ver cinema, eu diria Beleza Americana e Kill Bill.


05. Cite um filme que você acha que dever ser bom, mas nunca viu.

Qualquer um do Tarkovsky. Ou da Nouvelle Vague.


06. Cite uma continuação melhor que o original.

Shrek 2. Homem Aranha 2. X-Men 2.


07. De qual filme você mudaria o final?

Qualquer filme de terror onde o(a) mocinho(a) só termine vivo por conveniência do roteiro (leia-se fazer o público "se sentir bem" depois).


08. Qual filme dos últimos 10 anos mais o marcou?

Beleza Americana.


09. Oscar ou Cannes?

Oscar. Mas uma premiação que premia Crash não deve ser levada muito a sério.


10. Qual ator ou atriz te leva ao cinema?

Nenhum em especial. Mas a principal razão de eu ter encarado Roubando Vidas foi Kiefer Sutherland.


11. De qual filme, demolido pela crítica, você gostou?

Vôo Noturno é bem razoável.


12. Quais os piores clichês do cinema? E os clichês indispensáveis?

Reencontro de casal no aeroporto me vem a cabeça. Qualquer clichê pode se tornar indispensável (até o do aeroporto) se bem trabalhado.


13. Qual o primeiro filme que você viu no cinema?

O Rei Leão. Assim como 10 em 10 crianças da minha geração.


14. Que filme você gostaria de ter feito?

A Ponte do Rio Kwai ou 12 Homens e Uma Sentença.


15. Qual final feliz foi o mais feliz que você viu?

O Rei Leão (tem final feliz, né?).


16. Qual o diretor de quem você gosta até em filmes ruins?

Kubrick (não que ele tenha filme ruim).


17. Que filme brasileiro merece o Oscar?

Lavoura Arcaica.


18. O melhor filme feito de um livro; e a pior adaptação de um livro?

Melhor: Senhor dos Anéis. Pior: Quarteto Fantástico (HQ é literatura)


19. Que filmes conseguem o milagre de somar reflexão e entretenimento?

Porra, vários. Mas curiosamente, os dois nomes que me aparecem são Battlestar Galactica e The West Wing, duas séries.


20. Você gosta de programas arriscados: um filme trash, um filme bizarro, um melodrama descabelado?

Não tenho problemas com esse tipo de filme, embora não assita produções desses estilos com frequências.


11/17/2006

6 Segredos

(a culpa é da Fer)

1. Tá, quero arrumar um emprego. Mas não quero deixar de assistir minhas séries e filmes. Que faço?

2. Não sei se é a série ou se é eu mesmo. Mas Smallville não me dá mais o mesmo tesão de antes. Ela sempre vai ter um lugar especial no meu coração (Small foi a minha porta de entrada ao incrível mundo das séries) e ainda vejo religiosamente. Mas eu não consigo deixar de pensar, ao ver o pessoal deixando de dormir esperando o episódio ser disponibilizado, “Putz, que idiotas”.

3. Radiohead é a banda mais superestimada de todos os tempos.

4. Um dia eu ainda vendo tudo que eu tenho e vou pra Hollywood pra conseguir encontrar a Kristen Bell. Ou a Jenna Fischer. Ou as duas.

5. Passo mais tempo no PC do que deveria. Mas eu gosto. Então dane-se.

6. O-d-e-i-o correntes. A ameaça de uma abóbora caindo na minha cabeça caso eu não envie a mensagem pra 43 pessoas está longe de me convencer. E-mail, orkut, blogs – todos insuportáveis. Só respondi essa porque...nem sei o motivo.

11/15/2006

Rapidinhas da Madrugada (0,32403)


- Poucas coisas são tão lindas quanto o sorriso de Allison Mack. Ponto.

- Notícias ruins pra quem gosta de Heroes. Tenho a impressão de que toda a primeira temporada será um grande primeiro ato. Ela servirá pra apresentar bem os personagens e situações, etc. Já passamos de um terço dos episódios e o quebra-pau parece bem distante. E a Google-girl é uma gracinha.

- Scofield chorando no confessionário? Hmmmmmmmmmmmmm. Mas o resto do episódio foi bom. Vamos ver se nessa reta final de fall season a coisa engrena de vez para Prison Break.

- Altas emoções no episódio dessa semana de Dexter. Com direito a revelação da identidade do suposto Ice Truck Killer. Hall é nada menos do que fantástico. Temos um provével vencedor de Globo de Ouro.

- Comecei a ver Sports Night. Que coisa boa aquilo! Aaron Sorkin é ídolo.

11/10/2006

Quando o Passado é Chato


Sempre fui um dos maiores defensores dos flashbacks em Lost. Eles são a oportunidade perfeita para escaparmos provisoriamente da ilha e conhecermos melhor os personagens, afinal – repito pela 859.207ª vez – a série é sobre eles, e não sobre monstros de fumaça. Mas os tais flashbacks nunca foram atirados de qualquer maneira. Eles, além de sempre trazerem informações novas sobre os sobreviventes, possuíam uma conexão quase orgânica com os acontecimentos da ilha. Exemplos não faltam: Sawyer aplicando um golpe na sua ex-namorada enquanto fazia o mesmo em tempo real (The Long Con), Sayid admitindo a possibilidade de torturar alguém enquanto vemos que ele foi obrigado a fazer isso na Guerra do Golfo (One of Them), Locke dominando como ninguém o modus-operandi da ilha, por ser o primeiro a descobrir que ela é bem mais que um pedaço de terra cercado de água por todos os lados (Walkabout), entre muitos outros.

E chegamos à quarta temporada. E infelizmente os roteiros têm falhado em construir essa parte tão importante de Lost. É novidade pra alguém que Sawyer, apesar de um golpista, possuiu lá no fundo um bom coração? E eu já sei que Kate, mesmo sendo fugitiva, já tentara levar uma vida normal desde o terceiro episódio da série.

O único dos personagens que teve um flashback realmente interessante nesse arco inicial de temporada foi Locke – uma comunidade hippie que planta maconha às escondidas tem tudo a ver com ele, e quem não acha deveria rever toda a série. Isso sem contar a seqüência de sonho/alucinação que foi brilhantemente dirigida. E o personagem ainda tem o flashback mais antecipado de todos: como ele ficou paralítico?

Aonde eu quero chegar é...Lost caiu na sua própria armadilha. Com um número enorme de personagens e duas ou três subtramas diferentes, fica realmente difícil de engolir flashbacks que não acrescentam nada atropelando os episódios. E isso acaba fazendo com que justamente menos personagens apareçam – pra ter uma idéia, Sun e Jin apareceram apenas em um episódio desse arco inicial. Isso pode até ser bom pro departamento financeiro (menos atores a cada semana = menores gastos com cachês), mas do ponto de vista artístico isso é terrível. Será que fazer pelo menos um episódio focado no presente iria matar os produtores? Daí até teria como comparar, já que todas as manifestações à esse respeito estão dentro do campo das suposições.

Felizmente, a série se renova parcialmente todos os anos. E vamos ter pelo menos três estreantes como “protagonistas de episódio”: Ben, Juliet (que abrirá a segunda parte da temporada) e Paulo/Nikki (que provavelmente ganharão um flashback no estilo de Maternity Leave e Three Minutes, mostrando o que eles estavam fazendo desde que o avião caiu). Só espero que eles não morram logo...

PS: o cliffhanger do sexto episódio conseguiu me deixar tenso e curioso, o que é uma coisa boa, visto que ele é meio bobinho. Se bem que todos os ganchos tendem a parecem idiotas depois daquela que é a melhor cena final de temporada de todos os tempos. (Câmera descendo escotilha adentro? Alguém?).

11/06/2006

Pré-Cavalca Awards

Meus apontamentos, tendo em vista a temporada até esse momento. CONTÉM SPOILERS DE LOST!


Série Drama


  • Studio 60 On The Sunset Strip
  • Dexter
  • Battlestar Galactica
  • House
  • Grey's Anatomy

Dói o coração deixar Veronica Mars de fora, a nova temporada está excepcional. Lost precisa melhorar o nível dos flashbacks urgentemente pra entrar no grupo. E se nada de extraordinário acontecer, 24 Horas entrar na lista ano que vem.

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Ator Drama

  • Hugh Laurie - House
  • Michael C. Hall - Dexter
  • Matthew Perry - Studio 60 On The Sunset Strip
  • Ian MacShane - Deadwood
  • Edward James Olmos - Battlestar Galactica

Provavelmente a categoria mais difícil de todos. Os únicos nomes que me parecem certos são Laurie, MacShne e Hall. Sutherland deve conseguir a sua vaguinha em 2007. E ainda tem McMahon, Whitford, Garber...

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Atriz Drama

  • Kristen Bell - Veronica Mars
  • Mary MacDonnell - Battlestar Galactica
  • Joely Richardson - Nip/Tuck

É, não assisto muitas séries protagonizadas por mulheres. As outras duas vagas provavelmente irão para Polly Walker e Edie Falco. Mas como Roma e Sopranos só estreiam ano que vem...


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Ator Coadjuvante Drama

  • Terry O'Quinn - Lost
  • Michael Hogan - Battlestar Galactica
  • Gerald McRaney - Deadwood
  • John Glover - Smallville
  • Brian Cox - Deadwood


Aqui a coisa está totalmente em aberto. De certeza, só O'Quinn e Hogan.

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Atriz Coadjuvante Drama

  • Allison Mack - Smallville
  • Kate Walsh - Grey's Anatomy
  • Chandra Wilson - Grey's Anatomy
  • Sarah Paulson - Studio 60 On The Sunset Strip
  • Katee Sackhoff - Battlestar Galactica

Numa temporada bem irregular, Mack está se revelando a melhor coisa de Smallville. Paulson é a revelação de Studio 60. As outras três estão dando continuidade ao belo trabalho feito nas temporadas anteriores.

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Participação Especial Drama

  • Judd Hirsch - Studio 60 On The Sunset Strip
  • Eli Wallach - Studio 60 On The Sunset Strip
  • Peter Coyote - The 4400
  • Adewale Akinnuoye-Agbaje - Lost
  • Joel Grey - House

O monólogo de Hirsch no piloto de Studio 60 - homenagem à Rede de Intrigas - é nada menos do que brilhante. A participação do Ex-Feio é de emocionar. Coyote se sobressai no meio de diversas atuações regulates. Grey (que já ganhou até Oscar) construiu um dos pacientes mais trágicos do Dr. House. Mas a minha escolha mais polêmica é Akinnuoye-Agbaje. Ele não pode concorrer ao Emmy nessa categoria porque era creditado como regular. Mas uma aparição de apenas dois episódios - onde em apenas em um deles ele conta com uma participação consistente - já me bastaram para colocá-lo na lista.


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Série Comédia

  • The Office
  • My Name is Earl
  • The New Adventures of Old Christine
  • Extras

Ainda a procura do quinto indicado. Talvez ele só apareça quando eu resolver assistir a segunda temporada de Everybody Hates Chris (só vi a premiere).

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Ator Comédia

  • Jason Lee - My Name is Earl
  • Steve Carell - The Office
  • Alec Baldwin - 30 Rock
  • Charlie Sheen - Two and a Half Men
  • Ricky Gervais - Extras

Lista praticamente fechada.

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Atriz Comédia

  • America Ferrera - Ugly Betty
  • Felicity Huffman - Desperate Housewives
  • Marcia Cross - Desperate Housewives
  • Julia Louis Dreyfus - The New Adventures of Old Christine
  • Tichina Arnold - Everybody Hates Chris

Lista praticamente fechada - o retorno.

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Ator Coadjuvante Comédia

  • Stephen Merchant - Extras
  • John Krasinski - The Office
  • Rainn Wilson - The Office
  • Ethan Suplee - My Name is Earl
  • Dulé Hill - Psych

Com toda a subtrama da outra filial de The Office, Krasinski está com pontos o suficiente para conseguir uma indicação. E como é bom ver Dulé Hill arranjar outro emprego tão rápido...

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Atriz Coadjuvante Comédia

  • Jenna Fischer - The Office
  • Ashley Jensen - Extras
  • Jaime Pressly - My Name is Earl
  • Alyson Hannigan - How I Met Your Mother

Em busca de um nome pra fechar a lista. Quem tiver oportunidade, assista pelo menos um episódio de Mother - Hannigan está ótima, e mais linda do que nunca.

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Participação Especial Comédia

  • Orlando Bloom - Extras
  • Ian McKellen - Extras
  • David Bowie - Extras
  • Daniel Radcliffe - Extras
  • Hugh Laurie - Saturday Night Live

Minha seleção mais excêntrica. Nada menos do que quatro convidados de Extras. E não é pra menos, todos eles estão hilários, embora eu deva reconhecer que todo o mérito seja de Gervais e Merchant, por bolarem roteiros tão maravilhosos. O Dr. House entra pra provar a excelência de seu timing cômico e de que ele não é ator de um papel só.


11/05/2006

What's Next?


Um dos maiores atrativos de Smallville é ver Lex ir de amigo (quase) fiel à nêmesis de Clark. Não é a parte técnica que faz de House uma das melhores séries dos últimos anos. O conjunto de mistérios não é o maior atrativo de Lost – talvez até seja para aquela parcela de espectadores que começa a abandonar a serie, ironicamente quando ela começa à respondê-los em número cada vez maior. O que faz de Dexter a série nova mais quente da atualidade definitivamente não é o fator investigação – tema que existe aos quilos na TV americana, CBS que o diga.

O que todos os exemplos acima tem em comum? São seriados que tratam com muito carinho de seus personagens (tá, ultimamente, Smallville vem falhando um pouco nisso). O que nos faz acompanhar uma história toda semana (seja ela uma trama continuada ou composta de episódios isolados) é a vida daquelas pessoas, sejam elas mocinhos, vilões, psicopatas ou simplesmente homens de fé.

E então chegamos ao tema de texto: The West Wing. A série nos joga dentro da Casa Branca. Um universo que, mesmo para nós que somos brasileiros, é fascinante. Mas como cenário não é tudo, o gênio Aaron Sorkin nos presenteia com alguns dos personagens mais fascinantes da história da televisão. Temos de um lado C.J. Cregg, assessora de impressa, que tem a função de passar a mensagem do governo aos jornalistas (e conseqüentemente às outras pessoas). Do outro temos Leo McGarry, chefe de gabinete e segundo homem mais poderoso do país – ou alguém achou que fosse o vice-presidente? E ainda tem o assessor pessoal do presidente, que nutre uma paixão por sua filha. O Sub-Chefe de Gabinete que tem uma relação com alto teor de tensão sexual com sua principal assistente. Tem também o Diretor de Comunicações e seu assessor, sempre na busca das melhores linhas para os discursos do Comandante-em-Chefe da nação.

E pra fechar com chave de ouro, tem o próprio presidente. Dedicado, honesto, trabalhador e com um senso de humor autodepreciativo que é delicioso. Jed Bartlet é o tipo de presidente que todos gostaríamos de ter, em qualquer país do mundo. Uma das maiores qualidades da série é justamente esse idealismo de Aaron Sorkin. Apesar do tratamento realista, seus universos são sempre como ele gostaria que eles fossem. Mas isso pode ser também uma faca de dois gumes. Se aqui isso funciona maravilhosamente bem, em Questão de Honra ele falha miseravelmente (por mais que a atuação de Jack Nicholson na hora de sua confissão seja brilhante, em nenhum momento eu consigo acreditar que um oficial da posição dele faria uma coisa daquelas).

Voltemos ao assunto do texto. Se a construção dos personagens Sorkianos já é maravilhosa, o desenvolvimento deles não fica por menos. Sempre usando diálogos rápidos e na maioria das vezes repletos de humor – são os famosos “walk-and-talks” - Sorkin nos torna íntimo deles e (aqui está o segredo) faz com que nos importemos com eles e seus dramas pessoais.

Como não é bobo, Sorkin sabe que suas criaturas precisam de espaço para brilhar, e para isso ele usa um artifício inteligentíssimo: os episódios centrados em determinados personagens (não, não foi JJ Abrams que inventou essa técnica). C.J. tem The Women of Qumar. Josh nos emociona com sua revelação em Noel. Toby demonstra que é capaz de ter sentimentos em In Excelsis Deo. Bartlet for America é um dos melhores estudos de personagem que a televisão já exibiu – estamos falando de Leo. E temos Two Cathedrals, em que Martin Sheen entrega certamente a melhor atuação de sua carreira, que é provavelmente uma das melhores da década. E não me refiro apenas à TV.

E eis que Sorkin é demitido pela emissora. É o fim da série para os mais xiitas – as famosas viúvas Sorkinianas. Eu não divido essa opinião. Claro, nem tudo são flores. Mas com o passar do tempo, os roteiristas foram engrenando e pegaram o jeito da coisa, chegando em diversos momentos ao mesmo nível de seu antecessor. (Particularmente, considero até mesmo a quinta temporada superior à terceira, que foi sonolenta até dizer chega, exceção feita ao For America já citado anteriormente).

Se tem uma área onde a série saiu ganhando na fase pós-Sorkin, é justamente na ideológica. Ele era assumidamente liberal – e isso era obviamente refletido na série. Com a saída dele, foram contratados vários roteiristas mais conservadores (leia-se: Republicanos) que serviram como uma espécie de contrapeso à WW. Tal influência pode ser claramente vista em episódios como The Supremes – onde ao lado de uma liberal tipicamente Sorkiniana (Glenn Close), temos um conservador tão brilhante quanto (William Fichter). Mas o exemplo mais claro dessa diversidade é obviamente a corrida presidencial nas duas últimas temporadas. Se o opositor de Bartlet na reeleição dele só faltava ter uma gargalhada maléfica, o Arnord Vinick de Alan Alda (brilhante) é na maior parte do tempo um candidato muito mais interessante do que o Matt Santos de Jimmy Smits (competente, mas sempre à sombra de seu adversário na ficção) – isso falado por alguém que, se morasse nos EUA, provavelmente seria um democrata.

Os episódios finais da série serviram para dar um encerramento à todos os personagens e subtramas das história. Em The Cold, vemos o primeiro beijo entre Josh e Donna (depois de sete anos!). Institutional Memory é o desfecho da relação conturbada entre CJ e Danny. Embora Toby não apareça em Tomorrow, sabemos que o episódio final da série é praticamente centrado nele. Mentira, a finale, apesar de mostrar quase todos os personagens, é, antes de qualquer coisa, centrado em Bartlet, triste e abatido – a cena onde ele abre o presente dado pela filha de Leo é tocante - por ter de deixar aquele que foi seu lar durante 8 longos anos, mas com a sensação de dever cumprido.

E assim termina uma das maiores séries de todos os tempos. Agora o que resta é correr atrás das outras coisas que ele fez antes de West Wing: Sports Night e The American President (filme que foi fonte de muitos dos conceitos da série). E Studio 60? Essa eu já estou vendo – e é uma das melhores coisas da nova temporada.

Modéstia à parte, até que esse texto não foi nada ruim, né? O melhor produto possível de uma noite particularmente frustrante, que culminou com a ingestão de uma daquelas lasanhas prontas congeladas por inteiro. Nada que escrever um pouco e que uma dose de sal de frutas não resolvam.

11/02/2006

Balanço do Mês - Outubro 2006



01. O Albergue (Hostel; dir: Eli Roth; 2006) - 2,5/5

02. Núpcias de um Escândalo (The Philadelphia Story; dir: George Cukor; 1940) - 4/5

03. Garota da Vitrine (Shopgirl; dir: Anand Tucker; 2005) - 3,5/5

04. A Última Noite (A Prairie Home Companion; dir: Robert Altman; 2006) - 4,5/5

05. Toy Story 2 (idem; dir: John Lasseter; 1999) - 4,5/5

06. A Mulher Faz o Homem (Mr Smith Goes to Washington; dir: Frank Capra; 1939) - 4,5/5

07. A Loucura de Mary Juana (Reefer Madness: The Movie Musical; dir: Andy Fickman; 2005) - 4/5

08. Serenity - A Luta Pelo Amanhã (Serenity; dir: Joss Whedon; 2005) - 4,5/5

09. Volver (dir: Pedro Almodóvar; 2006) - 4,5/5

10. Cupido é Moleque Teimoso (The Awful Truth; dir: Leo McCarey; 1937) - 4/5

11. A Casa Monstro (Monster House; dir: Gil Kenan; 2006) - 4/5

12. O Homem Duplo (A Scanner Darkly; dir: Richard Linklater; 2006) - 4/5

13. Este Mundo é Um Hospício (Arsenic and Old Lace; dir: Frank Capra; 1944) - 4/5

14. A Dália Negra (The Black Dahlia; dir: Brian de Palma; 2006) - 4/5

15. Decálogo - Episódio 1 (Dekalog, jeden; dir: Krzysztof Kieslowski; 1988) - 4/5

16. Decálogo - Episódio 2 (Dekalog, dwa; dir: Krzysztof Kieslowski; 1988) - 3/5

17. Decálogo - Episódio 3 (Dekalog, trzy; dir: Krzysztof Kieslowski; 1988) - 3/5

18. À Beira do Abismo (The Big Sleep; dir: Howard Hawks; 1946) - 4/5

19. Carros (Cars; dir: John Lasseter e Joe Ranft; 2006) - 4/5

20. Desafio à Corrupção (The Hustler; dir: Robert Rossen; 1961) - 3,5/5

21. A Lula e a Baleia (The Squid and The Whale; dir: Noah Baumbach; 2005) - 4/5

22. Paixões em Fúria (Key Largo; dir: John Huston; 1948) - 4/5

Música da Semana (5)


"Woke Up This Morning" - Leonard Cohen


You woke up this morning
Got yourself a gun,
Mama always said you'd be
The Chosen One.

She said: You're one in a million
You've got to burn to shine,
But you were born under a bad sign,
With a blue moon in your eyes.

You woke up this morning
All the love has gone,
Your Papa never told you
About right and wrong.

But you're looking good, baby,
I believe you're feeling fine, (shame about it),
Born under a bad sign
With a blue moon in your eyes.

You woke up this morning
The world turned upside down,
Thing's ain't been the same
Since the Blues walked into town.

But you're one in a million
You've got that shotgun shine.
Born under a bad sign,
With a blue moon in your eyes.

When you woke up this morning everything you had was
gone. By half past ten your head was going ding-dong.
Ringing like a bell from your head down to your toes,
like a voice telling you there was something you should
know. Last night you were flying but today you're so low
- ain't it times like these that make you wonder if
you'll ever know the meaning of things as they appear to
the others; wives, mothers, fathers, sisters and
brothers. Don't you wish you didn't function, wish you
didn't think beyond the next paycheck and the next little
drink' Well you do so make up your mind to go on, 'cos
when you woke up this morning everything you had was gone.

When you woke up this morning,
When you woke up this morning,
When you woke up this morning,
Mama said you'd be the Chosen One.

When you woke up this morning,
When you woke up this morning,
When you woke up this morning,
You got yourself a gun.


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Assistam. Sopranos.

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E ainda nesse feriado: o meu super-duper-post sobre The West Wing. Você não pode deixar de perder!