9/22/2006

Tã-nã, tã-nã-nã-nã...

Mission: Impossible 3 (dir: J. J. Abrams; 2006)


J. J. Abrams foi a escolha mais do que correta para dirigir Missão Impossível 3. Ele já deitou e rolou com esse universo em Alias. Todos os elementos da série estão lá: a dificuldade de levar uma vida dupla, os disfarces, o espião infiltrado, o nerd-sabe-tudo-alívio-cômico, Greg Grunberg, entre outros. Mas Abrams também se lembra de suas outras crias: Lost (agradecimentos à Fundação Hanso) e Felicity (com a presença da própria no elenco). E ele ainda nos entrega algumas das melhores cenas de ação do ano, como o resgate da ponte, e a perseguição com os helicópteros.

Tom Cruise (assim como Jen Garner em Alias) tem como principal componente de sua atuação o comprometimento físico. Ele faz de tudo: corre, pula, bate, apanha – tudo isso num ritmo frenético. Philip Seymour Hoffman consegue criar um vilão ameaçador, sem nunca parecer caricato. Ele não precisa gritar ao anunciar que irá matar a esposa de Ethan Hunt. Ele sabe que pode fazer isso

A trilha instrumental é um show à parte. Michael Giacchino faz uma homenagem ao tema clássico da série e ao mesmo tempo cria algo diferente, sem precisar depender muito.

Os problemas do filme realmente estão localizados em seus minutos finais, e essa revisada só evidencia isso. Aquela crítica aos EUA, saída do monólogo de um dos vilões parece apressada e inapropriada. Quiseram forçar uma reflexão política. O filme não precisa disso. Quando ao desfecho do vilão, ele não me desagradou tanto assim. Um final deste tipo foge completamente do clichê, coisa que o personagem nunca chegou perto de ser. O “Eu te Amo” dito por Cruise em determinado momento não poderia ser mais brega, mas pelo menos serve como alívio cômico. E o plano final é idiota até dizer chega, digno da versão cinematográfica de Street Fighter, como li por aí.

Apesar de seus erros, MI3 ainda é o melhor filme da série, e Abrams mostra que Hollywood acaba de ganhar mais um ótimo diretor de ação.

Um comentário:

f. disse...

não diria o melhor da série (eu amo muito a versão do John Woo, mas tbm eu AMO o JW), mas é uma estréia de respeito na tela grande pro JJ. todos os três filmes são muito bons.

e Michael Giacchinno é foda demais!