8/31/2006

Cinema: Balanço do mês - Agosto de 2006


1. Dizem Por Aí... (Rumor Has It..; dir: Rob Reiner; 2005) - 2,5/5

2. O Homem-Urso (Grizzly Man; dir: Werner Herzog; 2005) - 4,5/5

3. O Matador (The Matador; dir: Richard Shepard; 2005) - 3,5/5

4. A Criança (L'Enfant; dir: Jean-Pierre e Luc Dardenne; 2005) - 4,5/5

5. Transamerica (idem; dir: Duncan Tucker; 2005) - 4/5

6. Hamlet (idem; dir: Laurence Olivier; 1948) - 4/5

7. O Gigante de Ferro (The Iron Giant; dir: Brad Bird; 1999) - 4,5/5

8. Lavoura Arcaica (dir: Luiz Fernando Carvalho; 2001) - 5/5

9. Brick (dir: Rian Johnson; 2005) - 5/5

10. Waking Life (dir: Richard Linklater; 2001) - 3/5

11. A Vida de Brian (Life of Brian; dir: Terry Jones; 1979) - 4/5

12. O Novo Mundo (The New World; dir: Terrence Malick; 2005) - 4/5

13. V de Vingança (V for Vendetta; dir: James McTeigue; 2006) - 4.5/5

14. Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall; dir: Woody Allen; 1977) - 4,5/5

15. Questão de Honra (A Few Good Men; dir: Rob Reiner; 1992) - 2.5/5

16. Jovens, Loucos e Rebeldes (Dazed and Confused; dir: Richard Linklater; 1993) - 4/5

17. Louca Escapada (The Sugarland Express; dir: Steven Spielberg; 1974) - 4/5

18. Tape (dir: Richard Linklater; 2001) - 4,5/5

19. Secretária (Secretary; dir: Steven Shainbeg; 2002) - 3,5/5

20. O Sucesso a Qualquer Preço (Glengarry Glenn Ross; dir: James Foley; 1993) - 4,5/5

21. Irreversível (Irréversible; dir: Gaspar Noé; 2002) - 3,5/5

22. Casablanca (idem; dir: Michael Curtiz; 1942) - 4/5

23. Sentinela (The Sentinel; dir: Clark Johnson; 2006) - 3/5

24. Gattaca - A Experiência Genética (Gattaca; dir: Andrew Niccol; 1997) - 4/5

25. Sinais (Signs; dir: M. Night Shyamalan; 2002) - 4/5 [revisto]

26. Em Busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail; dir: Terry Gilliam e Terry Jones; 1975) - 3,5/5

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Os filmes estão postados na ordem em que eu assiti. O pôster se refere ao primeiro filme do mês. Dizem Por Aì... pode nem ser grande coisa, mas uma foto de Jen Aniston sempre é bem-vinda.


A Nova Face da Comédia


E a sina continua. Não é que Psych, candidata à ser uma das comédias mais bacanas da nova temporada, também foge do padrão tradicional das sitcoms?

Shawn Spencer (James Roday) possui desde pequeno uma capacidade de observação espetacular. Depois de passar por dezenas de empregos sem conseguir se estabelecer, ele descobre que sua habilidade pode ajudar a resolver crimes. O problema é que, na polícia, ninguém acredita em sua condição. Para conseguir participar das investigações, ele precisa fingir que é um psíquico – o que obviamente é uma zoação com o tanto de dramas sobrenaturais exibidos atualmente.

Roday está ótimo como protagonista. Seus “transes”, onde ele supostamente se comunica com o mundo dos mortos são hilários. E ainda temos Dule Hill (que não perdeu tempo depois do fim de West Wing) como seu parceiro cético/nerd. Hill possui algumas das melhores tiradas do show. Quando perguntado se já foi preso, ele responde: “Claro, no Banco Imobiliário”. Mais correto, impossível.

Completa o elenco Corbin Bernsen, como o pai de Shawn. Fica evidente que o personagem foi colocado na história para dar um background dramático para o protagonista – foi ele que ensinou ao filho o poder da observação, além do relacionamento deles ser conturbado. Pelo menos até onde eu assisti, os momentos cômicos entre a dupla foram limitados. Uma dos aspectos que podem ser melhorados com o decorrer da série.

Já adquirida pelo canal Universal aqui no Brasil, Psych se apresenta como uma das atrações mais divertidas do ano.

PS: a série está sendo exibida durante o verão americano pelo canal USA – o mesmo de The 4400, e, tecnicamente não é considerado “novo piloto”, pois sua primeira temporada já passou da metade por lá.

8/28/2006

Imagens Valem Mais Que Mil Palavras

Deus.


Deusa.


Gostosa.


8/27/2006

Falando de Cinema (pra variar um pouco)

O Sucesso a Qualquer Preço (Glengarry Glenn Ross; dir: James Foley; 1993)


Um dos melhores castings de todos os tempos. É isso que se pode falar sobre Glenn Ross. Ranking de atuações:


1. Jack Lemmon

2. Alec Baldwin

3. Al Pacino

4. Ed Harris

5. Kevin Spacey


De Harris pra cima, estão todos geniais. A direção e o roteiro contribuem pra isso. Todos eles têm, ao longo do filme, pelo menos um monólogo arrebatador. E os enquadramentos de câmera são quase todos planos fechados, cujo principal objetivo é deixar as estrelas exibirem seus trabalhos fantásticos com o menor número possível de interrupções.



8/26/2006

Música da semana - Primeira Edição

"For What It's Worth" - Buffalo Springfield


There's somethin' happenin' here.
What it is ain't exactly clear.
There's a man with a gun over there
A-tellin' me I've got to beware.

I think it's time we stop.
Children, what's that sound?
Everybody look what's goin' down.

There's battle lines bein' drawn.
Nobody's right if everybody's wrong.
Young people speakin' their minds
A-gettin' so much resistance from behind.

I think it's time we stop.
Hey, what's that sound?
Everybody look what's goin' down.

What a field day for the heat.
A thousand people in the street
Singin' songs and a-carryin' signs
Mostly sayin' hooray for our side.

It's time we stop.
Hey, what's that sound?
Everybody look what's goin' down.

Paranoia strikes deep.
Into your life it will creep.
It starts when you're always afraid.
Step out of line, the men come and take you away.

You better stop.
Hey, what's that sound?
Everybody look what's goin'..
You better stop.
Hey, what's that sound?
Everybody look what's goin'..
You better stop.
Now, what's that sound?
Everybody look what's goin'..
You better stop.
Children, what's that sound?
Everybody look what's goin'..

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The West Wing não costuma usar trilha sonora musicada. Mas em Isaque e Ismael, episódio feito especialmente sobre o 11 de setembro, eles abriram uma exceção. E não é que ficou bom pacas? Além da música ser maravilhosa por si só. E nos próximos dias, o primeiro post decente sobre WW. Amanhã acabo a "Fase Sorkin". Já passei da metade, hehe.


8/22/2006

As Maiores Burradas Do Emmy (em apenas um post, mas poderia ser em vários)


10ª - Esnobada de Rainn Wilson


The Office é a comédia do ano e Steve Carell é o cara. Felizmente o Emmy soube reconhecer isso. Mas porque não indicar aquele que provavelmente propicia o maior número de risadas na série? Só o desempenho dele em Dwight’s Speach já lhe valeria o prêmio uns 5 anos.


9ª - Esnobada de Tichina Arnold

Sou meio suspeito pra falar de Arnold. Basicamente, a personagem dela é uma versão negra da minha própria mãe. O talento que ela tem ao não deixar a personagem não cair na caricatura é notável.


8ª - Esnobada de Prison Break e Peter Stormare

A melhor série nova da temporada 2005-2006. Ponto. E dentre o elenco, Stormare tem mais do que condições para ser indicado. Assista Odd Man Out e você já saberá do que estou falando. Ou alguém acha que interpretar um psicopata religioso (!) é fácil?


7ª - Esnobada de My Name is Earl e Jason Lee

My Name is Earl prestou um grande serviço às comédias, ao mostrar que, para se fazer humor, você não precisa estar num estúdio fechado. As liberdades criativas que o formato de Earl oferece são aproveitadas ao máximo. Narrativa cortada, com uso constante de flashbacks. Todo com um único objetivo: fazer rir. E Lee é um símbolo disso. Sua simpatia ajuda a promover o show.


6ª - Esnobada de Lost e Terry O'Quinn

O mais complexo estudo de personagens já feito em uma série de televisão. Sem falar nos mistérios...E nenhum personagem representa tão bem as duas facetas da série como John Locke, brilhantemente interpretado por O’Quinn.


5ª - Esnobada de Battlestar Galactica

“Série de navinha”? Quem disse que Galactica se resume a isso? As batalhas espaciais e as explosões estão lá. Mas tudo a serviço da história, que trata de valores universais. O próprio Emmy já indicou séries sci-fi durante os Anos 90. É hora de reverter novamente essa condição...


4ª - Esnobada de Kristen Bell

Esse trailer diz tudo. Tem como não amar ela?


3ª - Esnobada de Felicity Huffman e Marcia Cross

Se Desperate Housewives não fez o suficiente para merecer uma indicação, o resto não vale para suas duas protagonistas mais ilustres. Huffman, que consegue extrair toda emoção e humor possível de uma working mom. O caso de Cross é mais complicado, pois sua personagem é muito mais dramática, trágica até. Mas nada que justifique sua esnobada.


2ª - Esnobada de Hugh Laurie

Simplesmente deixaram Deus de fora.


1ª - Indicação de Ellen Burstyn

Não vi o telefilme. Mas precisa? Burstyn foi indicada por uma aparição de 14 segundos. Eu disse S-E-G-U-N-D-O-S. Pra ter uma idéia, ela é creditada como Ex-Lover #3. Tem como acreditar numa coisa desas?


8/19/2006

Novos Pilotos - 2ª Parte

"Aquaman"

É impossível não assistir o piloto da nova série de Alfred Gough e Miles Millar e não comparar com Smallville. A fonte ainda é superior, mas a única justificativa pra série ser abortada é que a marca Aquaman não é tão estabelecida quanta a do Superman. Tem até um diálogo sobre isso: (pode ser que eu esteja exagerando, é que depois de AD, eu vejo metalinguagem em tudo)


“Qual o seu nome?”

“Isso não é importante.”


Os destaques do elenco são as curvas das personagens femininas. Gough e Millar são os melhores produtores de todos os tempos nesse aspecto. Justin Hartley, que encarna o protagonista é mais ator que Tom Welling (o que não significa muita coisa, reconheço). E Ving Rhames encarna o mestre/asskicker com talento, embora o personagem dele às vezes se leve a sério demais.

Por falar nisso, a série como um todo se leva meio a sério demais. Eles já despejam uma boa parte da mitologia logo de cara. Um dos charmes de Smallville é que a gente vai conhecendo a história aos poucos.

Dentre os pilotos que vazaram, esse é o mais bonito. A cena do Aquaman nadando enquanto o caça passa por cima dele é maravilhosa.

PS: A frase final do episódio – cuja origem é Smallville – me abriu um sorriso de orelha e orelha. E me junto ao coro: Vai a merda, Dawn Ostroff!

PS: Fui só eu que achei a voz da mãe do Aquaman igual à de Martha Kent! Hahahahahaha


“The Black Donnellys”


Dirigido e co-roteirizado por Paul Haggis. A história gira em torno de quatro irmãos, e da relação deles com a máfia local. Não vou falar muito, até porque pretendo rever quando estreiar oficialmente em janeiro. Mas a melhor coisa disparada é o narrador – que só pode ser primo-irmão de Ron Howard. Só ele já é melhor do que Crash. A maneira com que ele brinca com os cenários e personagens enquanto tenta lembrar-se dos acontecimentos é fantástica.


“Studio 60 On The Sunset Strip”


Uau. Uau. Uau. Meu primeiro contato com o trabalho de Aaron Sorkin foi justamente com essa bomba – no bom sentido, claro. Tudo é inspirado.

Começa pela direção (aquele plano-sequência em travelling, viajando pelo cenário é indescritível), segue com as atuações - com direito â Felicity Huffman interpretando ela mesma, como bônus.

Mas o destaque é o roteiro, e seus destaques impecáveis, marca registrada de Sorkin. Destaco dois momentos:


1) “Vamos filmar (o filme) em Vancouver.”

“Não, a cidade não se parece com nada! Nem com Vancouver!”


A piada fica ainda mais engraçada, quando se pensa no tanto de séries e filmes que são atualmente filmadas na cidade.

2) O monólogo de Judd Hirsch, que deve lhe render um Emmy de Ator Convidado. E o mais legal é que eles ainda citam a fonte (o filme Rede de Intrigas).

Se você só puder assistir uma série nova nessa temporada, veja esta!

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Haverá ainda pelo menos mais um post comentando novos pilotos. Mas ainda vai demorar um pouco, pois eu nem vi as séries ainda.

E agora dá licença que eu vou ver mais The West Wing. :D


8/16/2006

Novos Pilotos - 1ª Parte

Heroes


Absolutamente promissor. Não é o melhor piloto de todos os tempos, mas o tema e os personagens podem fazer de Heroes uma das grandes séries dessa década. E fico ainda mais esperançoso, sabendo que essa é uma versão ainda crua do episódio, que ainda será retocada. Isso resolverá alguns dos problemas, como a ausência do personagem do personagem do Greg Grunberg (que é um dos protagonistas), o excesso de fade-outs (talvez pra "despistar" sobre algumas das cenas cortadas), e a cena final, que poderia ter sido melhor executada. Tomara que arrumem isso.

E o melhor personagem é o japa. Disparado.

Cotação: 4,5/5



The Nine


Outro filhote de Lost. Mas aqui o enfoque não é o sci-fi - e consequentemente os seus mistérios - mas sim nas relações e interações entre um grupo de pessoas unidas por um determinado motivo (no caso, um sequestro), que é o aspecto que mais me fascina na série de J.J. Abrams.

Piloto interessante. Pode se tornar algo muito bom ou pode se revelar uma porcaria. O twist na cena final foi curioso, considerando os personagens envolvidos. E o elenco não é lá essas coisas - o que não muito bom, já que o importante aqui são os personagens. A única digna de nota é a Kim Raver (AKA Audrey de 24 Horas).

Cotação: 4/5



Jericho


Uma maneira rápida de definir a série é "bomba atômica cai em Everwood". A cidade-título é de interior, bem bucólica, e as tensões familiares e afetivas correm soltas. Isso tudo antes do Armagedon (?) nuclear. A cena em que o garoto vê o cogumelo radioativo (a mesma usada nessa foto promocional) é belíssima, se é que existe beleza no fim do mundo. Enfim...

E o cliffhanger envolvendo o ônibus de presidiários é instigante.

Cotação: 4/5

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On The Next...post:


- Aquaman (foi cancelada antes de começar. E daí?)

- The Black Donnellys (só a narração já é melhor do que Crash)

- Studio 60 On The Sunset Strip
(ou "Porquê Aaron Sorkin merece ir para o céu?")


8/15/2006

“It’s the final countdown!”


(Atenção: o texto abaixo contém informações de toda a série, incluindo de seu episódio final. Nada de revelações bombásticas - como em Lost - mas algumas risadas serão desperdiçadas por quem nunca viu a série)


Como começar um texto sobre Arrested Development, a melhor série que ninguém vai assistir de todos os tempos? Sim, porque não conheço ninguém que assista e não goste, e todas os pouquíssimos que acompanha(ra)m são fãs assumidos.

Pra que não sabe, a história da série gira em torno de Michael Bluth, que é obrigado a assumir os negócios da família, depois que seu pai é preso por corrupção. Além disso, Michael (o filho exemplo) tem a missão informal de manter a família unida. Acontece que a tal família é formada basicamente por desajustados. Um dos irmãos é um pseudo-mágico com mania de grandeza, outro é um “bebezão” com mais de 30 anos e seu cunhado é um pseudo-ator cuja homossexualidade está prestes a desabrochar a qualquer momento.

Apesar de todos esses personagens excêntricos, o meu preferido é justamente Michael, pois ele representa justamente o elo do expectador com esse universo bizarro. Nos primeiros episódios da série, eu me sentia angustiado como ele, ao ver a família gastando o dinheiro da empresa daquele jeito – até porque eu sou um pão-duro de marca maior. Numa interpretação muito legal que a Fer fez, é possível dizer que Michael também é a personificação de Mitchel Hurwitz, criador da série, que durante três anos, fez o que pode para manter a série no ar. O choro de Michael (“Aquele robô que precisa comprar mais memória RAM”) é tocante, ao saber que também é o de Hurwitz. Jason Bateman, inclusive, merecia uma indicação ao Emmy só por essa cena. E se ele tivesse sido indicado, Development Arrested poderia ter rendido uma vitória ao ator. E como não gostar de um personagem que namorou Julia Louis-Dreyfus/Elaine/Christine e Charlize Theron, aquela do tio esquisito (“Mr. F!”)?

Mas a série não é só Bateman. Longe disso. AD tem o melhor casting de uma comédia de todos os tempos. Só espero que não aconteça o mesmo que aconteceu com o elenco de Seinfeld e - em menor escala – Friends e todos arrumem emprego logo. Eu quero ver mais de David Cross, Will Arnett, Jéssica Walter e cia o mais rápido possível!

A narração dos episódios é feita pelo ator/diretor Ron Howard. E vou dizer uma coisa, o trabalho dele na série me fará perdoar quaisquer tropeços cinematográficos que ele venha a cometer nos próximos 50 anos. O que começou com uma narração divertida e competente, atingiu níveis absurdos de insanidade (no bom sentido) com o decorrer das temporadas. Ou alguém aqui conhece outro narrador que discute e desmente os personagens durante os episódios? E a discussão que ele teve com um outro narrador no episódio Spring Breakout?


“Due to poor acting, the burden of the story was placed on the narrator. But this inattention to detail was typical of the laziness the show's narrator was known for. Real shoddy narrating. Just pure crap.”


Além de tudo isso, Howard aparece em carne e osso para dar vida à última cena (e piada) da série.

Mas falar de Arrested Development sem falar de seus roteiros é a mesma coisa que nada. Você que nunca assistiu a série deve estar se perguntando: qual o tipo de humor que a série faz? A resposta é...TODOS. Vale tudo. Desde referências discretas (como o nome do personagem para o qual Tobias fez uma audição em Motherboy XXX), passando pelo óbvio e eficiente humor físico (a mão postiça de Buster caindo a todo o momento) até atingir o mais completo nonsense – ou um homem vestido de toupeira brigando com um jetpack kid tem algo de sutil?

Mas uma das coisas que mais me chamam a atenção em AD é a presença constante de metalinguagem – uma das ferramentas mais fascinantes que podem ser usadas para se contar histórias. E em S.O.B.s isso atinge a estratosfera. O episódio é praticamente um grande apelo para que o show seja assistido. As referências quanto ao futuro da série e as críticas ao “sucesso fácil” de outras atrações são metralhadas numa velocidade notável. No final, Michael revela a razão da decadência da companhia (e da série) em um monólogo desconcertante pela sua franqueza:


“I was going to say that you don't know who my father really is and that what has happened to us is a great injustice, that we were never really given a fair chance. But that's not the truth. We've been given plenty of chances. And maybe the Bluths just aren't worth saving, maybe we're not that likable, you know. We're very self-centered.
And my father may be the worst of us.”


A series finale é cheia de ótimos momentos, apesar do episódio ter sido corrido demais. A culpa é da FOX, já que a temporada foi drasticamente reduzida (de 22 para 13 episódios). Pensando melhor...a culpa é da FOX? A emissora manteve a série no ar por três anos, quase sempre com uma audiência medíocre. Cada episódio custava aproximadamente dois milhões de dólares, quase a mesma coisa que um de 24 Horas. Não é difícil adivinhar qual das duas dá maior lucro. E até o Emmy ajudou, dando o prêmio logo da cara pro programa – só pra efeito de comparação, Friends demorou oito anos pra ganhar, e Seinfeld quatro. Ou seja, a culpa é, acima de tudo, do público.

Como diria Tobias, em uma fala que cai como uma luva para os fãs da série:


“There are dozens of us! Dozens!”


E pelo jeito vamos continuar assim.


PS: agradecimento especial ao Anderson Vidoni, que me deu aquela força pra assistir a essa obra-prima da televisão.

8/12/2006

Emmy – Previsões - 2ª Parte - Drama


Série

Esse. É. O. Ano. De. 24. Horas. A melhor série dessa temporada e a melhor temporada da história da série. Grey’s Anatomy parece ser a única com força para estragar a festa – apesar das suas FYCS não serem as melhores. The West Wing depois da Era Sorkin não obteve o mesmo sucesso. E a quinta temporada de Sopranos é a mais fraca da série, de acordo com quem assiste, além das fitas equivocadas. E embora não seja minha escolha pessoal, seria no mínimo engraçado ver House levar. Só pros jurados verem o quanto eles fizeram merda esnobando Laurie...


Ator

Aqui é possível fazer duas leituras. Levando em conta apenas as fitas, Denis Leary é o franco favorito. Sua FYC é quase perfeita de acordo com os especialistas. Mas, levando em conta o conjunto dos candidatos, os favoritos são outros. Martin Sheen (seis indicações) e Kiefer Sutherland (cinco) podem surpreender. Eu aposto em Bauer. 24 Horas está com mais buzz do que nunca. E se o mundo é justo, Ian Macshane ganha ano que vem (o último de Deadwood; a série não é elegível esse ano). Mas Hugh Laurie só ganhar um Emmy na quarta temporada de sua série também pega muito mal. Bom, quem disse que o mundo é justo?



Atriz

Frances Conroy pode se sagrar vencedora pela última temporada de Six Feet Under – dizem que seu trabalho na series finale (Everyone’s Waiting) é fantástico. Outra que está com a bola toda é Kyra Sedgwick, que conseguiu a proeza de ser indicada por uma série policial, gênero não tão favorecido, ao contrário de outros tempos. Outra que está na mesmo barco de Sedwick é Mariska Hargitay. A diferença é que a protagonista de SVU já vai pra sua terceira indicação consecutiva. E ainda há Allison Janney, que já levou o caneco quatro vezes. Fico com Conroy, mas a vitória de qualquer uma delas não será surpresa.



Ator Coadjuvante

A disputa é entre Alda e Itzin. Um presidente e um quase-presidente. O personagem de Alda tem a vantagem de ser mais simpático (principalmente nas FYCs escolhidas por ele), atributo importante segundo os especialistas. Mas o fato de ter quebrado a maldição dos coadjuvantes de 24 Horas, depois de cinco temporadas, coloca Itzin como favorito, na opinião desse que vos escreve. E Terry O’Quinn é menos ator que o Capitão Kirk? Sei...



Atriz Coadjuvante

Se o Emmy fosse entregue em janeiro, o prêmio desse ano teria uma vencedora certa: Sandra Oh, que no início do ano também levou o Globo de Ouro e o SAG. Mas com o fim da temporada 2005-2006, ela ganhou duas rivais de peso. Chandra Wilson, colega de Oh em Grey’s Anatomy mostrou como uma personagem pode se tornar cativante em tempo recorde. E com a exibição da quinta temporada de 24 Horas, Jean Smart teve a sua candidatura impulsionada em grande estilo. Quem fatura essa? Minha previsão é que aconteça uma divisão de votos entre Oh e Wilson e que Smart leve o prêmio. Eu já disse que esse é o ano de 24 Horas?



Direção

O favorito é Alan Ball – vencedor de um Oscar pelo roteiro de Beleza Americana – por Everyone’s Waiting, uma das melhores coisas que a TV já produziu nos últimos anos, segundo os entendidos. O trabalho de Jack Bender, na season finale de Lost também não pode ser desprezado. Mas o meu destaque pessoal vai pra primeira indicação individual de David Nutter, diretor do piloto de Smallville. (E sim, isso foi um momento fanzóide).



Roteiro

Aqui Ball também é o favorito, com uma vantagem ainda maior sobre os seus concorrentes. Shonda Rhimes pode até ganhar pelo “episódio do Superbowl”, mas as chances são poucas.

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Comecei a assistir The West Wing e Arrested Development. UHUUUU!!!!


8/09/2006

Emmy – Previsões - 1ª Parte - Comédia


Série

The Office é a favorita. A queridinha da crítica nessa temporada está com tudo. Sua maior rival é Segura a Onda. Arrested Development pode ganhar um prêmio póstumo, mas é pouco provável. A indicação de Two and a Half Men foi mais para garatir a presença de uma sitcom no Top 5. Scrubs, cuja única indicação é nessa categoria também não tem muito o que fazer.


Ator

Esse é o ano de Steve Carell. Mais uma vez, o único que representa algum perigo é Larry David. Kevin James – que roubou o spot de Jason Lee - foi indicado apenas pela cena de dança de sua FYC. E Charlie Sheen, apesar de ser a melhor coisa de TaaHM, não leva, pelo menos não nesse ano. Tony Shalhoub é um candidato forte, mas esse não parece ser ano dele.


Atriz

Nenhuma Housewives indicada? Hmmmm...isso tira um pouco de credibilidade da categoria. Eu AMO a Julia Louis-Dreyfus, mas ela não me parece favorita. O páreo parece estar entre Jane Kaczmarek e Lisa Kudrow. Ligeira vantagem para a primeira e suas 8 (!) indicações seguidas.


Ator Coadjuvante

O favorito disparado é Jeremy Piven. Esse ano ninguém deve tirar o prêmio dele.


Atriz Coadjuvante

Jaime Pressly vai ganhar por:

1 – Escolheu as fitas certas.
2 – Compensação pelo fato da série ter sido esnobada.
3 – Concorrentes sem muita expressão, ou que escolheras suas FYCs equivocadamente.

E vem cá, o que a Alfre Woodard tá fazendo nessa categoria???


Direção

O piloto de My Name is Earl deve levar essa. Além do episódio ser excelente, entra naquela conta de compensação da qual eu já falei antes.


Roteiro

Development Arrested na cabeça. Ou alguém acha que a série vencedora da categoria nos dois últimos anos vai perder justamente em sua series finale?

8/08/2006

Coisas a serem feitas

- Escrever sobre Brick (melhor filme independente do ano)

- Escrever sobre Lavoura Arcaica (melhor filme brasileiro de todos os tempos)

- Postar minhas previsões no Emmy (de preferência, antes do Emmy)

- Escrever sobre os pilotos de séries que vazaram (antes delas estreiarem no Brasil)


É, por enquanto é isso.


(Fer, sorry pela cópia :p)

8/06/2006

The Number One

1ª Posição

“This is the longest day of my life.”


Nome: Jack Bauer
Interpretado por: Deus 2*
Série: 24 Horas
Emissora: Fox (EUA); Fox e Rede Globo (Brasil)


O que dizer de Mr. Bauer? Jack é uma lenda, um ícone da cultura pop. O Superman do século XXI. Aquele que sacrifica sua vida pessoal e seu bem-estar físico em busca de um bem maior. Aquele que já morreu e já ressuscitou para salvar os homens e sua própria pele (porque ele pode até ser Deus, mas não é burro de ficar dando bandeira por aí). Aquele que sempre resolve os problemas dos EUA - e conseqüentemente os do mundo - todos os anos. E já fazem cinco.

Falar de Jack Bauer também é falar de Kiefer Sutherland. Que encontrou o papel de sua vida justamente na televisão, depois de uma carreira não muito bem-sucedida no cinema. Sutherland injeta emoção em cada diálogo, em cada ação de seu personagem.

Numa época em que a sanidade mental do Emmy é questionada diariamente, as cinco indicações seguidas de Kiefer são um sinal de que nem tudo está perdido. E se há algo de bom na esnobada de Hugh Laurie, é que ela deixa o caminho livre para Bauer finalmente receber o prêmio máximo de sua carreira.

E por último, mas não menos importante:


“Drop the gun. DROP THE GUN!!!!!!”


Alguém ainda duvida que ele é Deus?

* onde o número 2 não significa necessariamente uma importância menor, apenas que ele é o segundo agraciado com o título de Deus. :)

8/04/2006

This is God

2 ª Posição

“I don't ask why patients lie. I just assume they all do.”


Nome: Dr. Gregory House
Interpretado por: Deus
Série: House
Emissora: FOX (EUA); Universal (Brasil)


Não vou nem perder muito tempo falando sobre a esnobada que Hugh Laurie (aka: Deus) recebeu do Emmy, enquanto a série foi indicada. Todo mundo sabe que ele É a série.

Qual a razão do fascínio que Greg House exerce sobre todos que assistem à série? Tá, todos sabem que ele consegue descobrir a solução de qualquer caso, por mais intrincado que ele seja. O seu humor ácido, responsável por alguns dos momentos mais engraçados da TV dos últimos dois anos também desempenha um papel importante. Mas será que é só isso?

Fazendo uma análise mais profunda, o motivo para gostarmos dele talvez não seja tão óbvio. House é, antes de qualquer coisa, um desgraçado (miserable, em inglês) e os seus “coices” são, aquilo que todos nós gostaríamos de dizer ou fazer. É como aquela frase de Mário Quintana:


“(...) se a gente consegue expressar com toda felicidade toda sua infelicidade, ja não será tão infeliz."


Com House ocorre justamente o contrário. Ele, assim como todos nós (?) é infeliz. Mas ele é o único com coragem de demonstrar isso pra quem quiser ver.

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Tá, é meio off-topic, mas isso é genial.

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E em breve: previsões para o Emmy!

(isso se eu terminar de escrevê-las antes do Emmy ir ao ar...)

8/03/2006

E o pódio chegou...

3ª Posição

"Cocksuckers!"


Nome: Al Swearengen
Interpretado por: Ian McShane
Série: Deadwood
Emissora: HBO (EUA); FX (Brasil)



O que faz o vilão de uma série ser mais reconhecido do que os outros personagens? A complexidade com que ele é escrito - disfarçada no meio de tantos palavrões? Uma interpretação soberba? Coadjuvantes que, apesar de eficientes, se tornam pequenos diante de seu protagonista?

Al Swearengen tem todas essas particularidades, assim como seus dois parceiros de pódio (ops...). E é por isso que ele está neste Top.

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Acabei de assistir o piloto de Studio 60 On The Sunset Strip. Aaron Sorkin acaba de ganhar mais um fã.

8/02/2006

A Man of Faith

4ª Posição

"Don't tell me what I can't do!"

Personagem: John Locke
Interpretado por: Terry O'Quinn
Série: Lost
Emissora: ABC (EUA); AXN e Rede Globo (Brasil)


(ATENÇÃO: o texto abaixo contem spoilers para quem acompanha Lost pela AXN - pela menos até a próxima segunda)

Terry O'Quinn talvez tenha sido um dos atores mais injustiçados de todos os tempos. Passou a maior parte de sua carreira interpretando personagens de produções obscuras. E mesmo fazendo um trabalho competentíssimo (ele consegue dar alma à Kendall, personagem de Alias, escrito de forma completamente unidimensional) ele nunca teve a chance de brilhar. Isso mudou no final de 2004.

Com a explosão de Lost, O'Quinn passou do anonimato ao estrelato. Seu personagem, John Locke é o mais interessante da série. Talvez a explicação disso sejam as transformações sofridas por ele. Curado de uma paralisia no começo da série, Locke é mostrado como um exímio conhecedor do que acontece ao seu redor. Em um período de poucas explicações, ele parece ser o que mais sabe sobre a natureza da ilha. Com o passar dos episódios, vê-se que ele não sabe tanto quanto se pensava.

Seu trabalho na série está cheio de momentos memoráveis. Quem não se lembra dele se levantando dos destroços do avião em Walkabout? Ou então, quem não ficou tocado com seu fúria contra a ilha, por ter matado Boone em Deus Ex-Machina? Seu momento de maior brilho na segunda temporada foi a decepção de descobrir que a Escotilha Pérola não passa de um posto de observação em ?. É possível ver a tristeza de seu personagem em seus olhos, em seus trejeitos. Poucos atores em atividade possuem tamanho talento.

Em outro dos surtos psicóticos dos votantes do Emmy, O'Quinn foi deixado de fora da lista de atores coadjuvantes esse ano. O problema é deles.

8/01/2006

The Enemy Walks In

5ª Posição

“Truth Takes Time”


Nome: Irina Derevko
Interpretada por: Lena Olin
Série: Alias
Emissora: ABC (EUA); AXN (Brasil)


Sydney Bristow sempre foi uma personagem cheia de problemas: além da vida de espiã não ser das mais seguras, ela trabalha pra uma célula terrorista, ao invés da CIA, como ela pensava. Ela ainda tem que manter segredo sobre o assunto para todos os seus amigos. E sua vida familiar inexiste. Seu pai é um workaholic que nunca deu atenção â filha. E sua mãe morreu quando ela ainda era criança.

Quer dizer...na verdade ela não morreu. Laura Bristow é Irina Derevko. Espiã russa infiltrada nos EUA. Mas porquê raios é ela a minha escolhida ao invés de sua filha? Ora, quem já assistiu Alias sabe que Olin tem uma presença – na falta de palavra melhor – iluminada. A série dá um salto de qualidade sempre que a personagem está presente. Ela literalmente rouba a cena. Eu até tenho uma teoria sobre o fato dela ser fixa apenas por uma temporada: Jennifer Garner deve ter ficado com tanta inveja de sua mãe fictícia que deve ter mandado tirá-la da série. Quando as duas contracenam, Syd parece uma abóbora quando está frente à frente de Irina...

Derevko é, acima de tudo, uma personagem dúbia. Quais são os planos dela? Quais são suas motivações? Até mesmo no final da série, quando o suposto objetivo dela finalmente é revelado, fica aquela sensação: mas era isso mesmo? Não. Irina Derevko é complexa demais para respostas tão simples.