(Atenção: o texto abaixo contém informações de toda a série, incluindo de seu episódio final. Nada de revelações bombásticas - como em Lost - mas algumas risadas serão desperdiçadas por quem nunca viu a série)
Como começar um texto sobre Arrested Development, a melhor série que ninguém vai assistir de todos os tempos? Sim, porque não conheço ninguém que assista e não goste, e todas os pouquíssimos que acompanha(ra)m são fãs assumidos.
Pra que não sabe, a história da série gira em torno de Michael Bluth, que é obrigado a assumir os negócios da família, depois que seu pai é preso por corrupção. Além disso, Michael (o filho exemplo) tem a missão informal de manter a família unida. Acontece que a tal família é formada basicamente por desajustados. Um dos irmãos é um pseudo-mágico com mania de grandeza, outro é um “bebezão” com mais de 30 anos e seu cunhado é um pseudo-ator cuja homossexualidade está prestes a desabrochar a qualquer momento.
Apesar de todos esses personagens excêntricos, o meu preferido é justamente Michael, pois ele representa justamente o elo do expectador com esse universo bizarro. Nos primeiros episódios da série, eu me sentia angustiado como ele, ao ver a família gastando o dinheiro da empresa daquele jeito – até porque eu sou um pão-duro de marca maior. Numa interpretação muito legal que a Fer fez, é possível dizer que Michael também é a personificação de Mitchel Hurwitz, criador da série, que durante três anos, fez o que pode para manter a série no ar. O choro de Michael (“Aquele robô que precisa comprar mais memória RAM”) é tocante, ao saber que também é o de Hurwitz. Jason Bateman, inclusive, merecia uma indicação ao Emmy só por essa cena. E se ele tivesse sido indicado, Development Arrested poderia ter rendido uma vitória ao ator. E como não gostar de um personagem que namorou Julia Louis-Dreyfus/Elaine/Christine e Charlize Theron, aquela do tio esquisito (“Mr. F!”)?
A narração dos episódios é feita pelo ator/diretor Ron Howard. E vou dizer uma coisa, o trabalho dele na série me fará perdoar quaisquer tropeços cinematográficos que ele venha a cometer nos próximos 50 anos. O que começou com uma narração divertida e competente, atingiu níveis absurdos de insanidade (no bom sentido) com o decorrer das temporadas. Ou alguém aqui conhece outro narrador que discute e desmente os personagens durante os episódios? E a discussão que ele teve com um outro narrador no episódio Spring Breakout?
Além de tudo isso, Howard aparece em carne e osso para dar vida à última cena (e piada) da série.
“I was going to say that you don't know who my father really is and that what has happened to us is a great injustice, that we were never really given a fair chance. But that's not the truth. We've been given plenty of chances. And maybe the Bluths just aren't worth saving, maybe we're not that likable, you know. We're very self-centered. And my father may be the worst of us.”
PS: agradecimento especial ao Anderson Vidoni, que me deu aquela força pra assistir a essa obra-prima da televisão.
4 comentários:
li por aí sabe.. num site de seriado.. hehe.. que iam fazer um filme. agora que eu tô todo feliz, é melhor fazerem mesmo pq senão eu mato um.
mas enfim.. AR rockssssssssss! Graças a Deus pelas maratonas de series na TV a cabo. Porque foi por causa de maratonas que eu comecei a ver AD, Friends, Alias e Huff. heheheheheheh.
ah sim, e eu adoro essa foto. as fotos promocionais de AD são mt boas.. tem uma que é a familia toda sentada de costas olhando pra um quadro da familia que eu acho mt comedia.
É isso ai Juliano, em uma semana já se tornou fã da série. Ter gostado tanto já é o maior agradecimento.
Excelente texto, deu uma boa geral no que é a série. O Ron Howard só melhorou mesmo ao longo da série.
Seria esperar demais um último emmy de melhor série, mas tenho certeza que tem chance e não será nenhuma supresa (agradeceria eternamente), assim como uma vitoria do Will Arnett.
E pra finalizar, o Rob Thomas que é grande fã de arrested, está tentando levar pra Veronica Mars o Michael Cera e a Alia Shawcat. Espero que ele consiga.
eeeee, q bom q tu gostou! :-)
(se bem q eu só conheço uma pessoa no mundo q não gosta e, olha, se um dia eu me divorciar, será por justa causa)
agora q tu já assistiu todos os episódios, tá na hora de fazer algo ainda mais legal: re-assistir. é, metade do prazer de AD vem das reprises, q é qdo tu começa a pegar coisas q ainda não tinha visto antes, começa a entender coisas q aparecem lá atrás mas q na hora tu não atinou o q era, .... ih, tanta coisa!!
e eu amo o michael, muito! um dia, depois q chegar minha caixa com a terceira temporada, eu ainda vou fazer uma maratona particular para escrever sobre a saga dele.
Sim, rever a segunda melhor comédia de todos os tempos está no meus planos. O problema é que eu tô tentando ver uma década de séries em alguns meses. Daí as revisadas invariavelmente pulam pro final da fila. Espero que quando chegar a hora de eu rever, eu já esteja trabalhando e possa comprar as caixas originais.
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